Perdi as certezas de vista, meu mundo é de pano, estou no limbo. Pés plantados no chão, invejo quem os tem com profundas raízes, mas afrontam minha natureza se tento imitá-los, como um gato inveja o tigre. O rato inveja o morcego. O pato inveja o cisne. Voa o pássaro crescido e abandona o ninho. Voa a ave-mãe e abandona o ninho. Migramos. O verão está em outra parte.
Que os filhos são como flechas para o mundo que com a mão firme atiramos, Gibran já dizia. Que os pais de boa pontaria acertam seus alvos, nos informaram. É o arco vazio a imagem que intriga.
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