Finita como flores

18 de jul. de 2010

Meus pertences

Quando os medos e as culpas se dissipam, somos capazes de enfrentar as situações mais adversas, se há saúde. As fases são contornáveis porque transitórias. Que o tempo passa rápido é uma realidade que não necessita demonstração. Aparentemente o caos está instalado, as roupas misturadas, os livros espalhados, os pertences na mais absoluta desordem. Mas, se dentro de nós, dentro do possível, os sentimentos estão arrumadinhos, mesmo que arbitrários ou personalíssimos, somos capazes de atravessar os dias em paz. Quem naufragou no grande mar do sofrimento, e sobreviveu, e sarou, sabe a exata proporção dos sacrificiozinhos de riacho raso. Porque remanejei a memória e deletei todo o lixo, e porque tenho uma saúde de ferro, posso achar graça dos pequenos infortúnios bolhas de sabão e até rir deles. Rir de nós mesmos é uma graça divina. Uma gracinha.
Rajadas de vento não são rajadas de metralhadora. Indesculpável é não saber distinguir.

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